sexta-feira, 20 de junho de 2008

Pitadas de "rebeldia"...

[imagem: Liniers Macanudo]
...levemente distribuídas, perigosamente inflamadas.

Porque insistir em colher frutos de uma fonte esgotada? Todas as possibilidades já foram exploradas. Não teria como ser diferente...o horizonte já se concebeu limitado. Qualquer tentativa de exorbitação seria frustração certa ou confirmação de utopia. Não que utopias sejam ruins. Elas têm sua razão de existir. Mas em um caso assim, elas frustram porquem iludem...e pra esse horizonte não há mais extensões.

Talvez seja só mais uma situação de resignação: respeito às diferenças humanas. Fazer o quê se as impressões de mundo são diversas? Porque enquanto alguns condenam alteridade como ingenuidade, outros vêem no brilho do olhar de um vizinho a chance real de auto-satisfação. Por entre julgamentos e rótulos; verdades absolutas e pontos de vista metódicos/racionais, as percepções de pequenos mundos ou análise de micro-realidades se perdem...se ofuscam. O "legítimo" esmaga qualquer chance de o "possível" e "ideal" se manifestar.

Loucos ou tolos são os que se assumem em causas, que se identificam com sonhos ou que se fundamentam em razões desprovidas de "lógica", alheias a livros ou léxicos gramaticalmente fixados. Pagam como criminosos por se furtarem do comum. Padecem de sua "sanidade" fora do padrão, como vítimas de doenças sociais e afins.

O sensivelmente perceptível ficou piegas. E de pieguices vivem corações, como esmurecem na falta delas. De toques, melodias, risos e lágrimas almas se compõem e se sustentam. Há falta de sensatez nisso? Será mais adaptado o reprodutor de senso comum, pré-fabricado na selva? E psico-emocionalmente modificados os que de toque humano perecem? Felizes os que, ao som do silêncio, da "boa vontade" se enchem pra mascarar...mascarar o factual das sujeiras jogadas aos cantos, relegadas a segundo plano. Tão visíveis, tão cruéis! Obscuras, omitidas...

Humanos - aqueles que dessa condição não se esquivam - perdõem-nos! Eles não sabem o que fazem.